Explorando a natureza com Maria Montessori
Em "A Descoberta da Criança", Maria Montessori nos ensina que o aprendizado infantil deve ser ativo, sensorial e conectado às experiências do dia a dia. Essa abordagem se alinha perfeitamente ao ensino de Ciências da Natureza, que busca despertar a curiosidade e o senso investigativo. Como educadores, podemos aplicar os princípios Montessori para transformar nossas aulas em experiências significativas que conectem as crianças ao mundo natural.
Montessori e Ciências da Natureza
Aprendizagem sensorial e o mundo natural
Montessori defende que o aprendizado deve começar com os sentidos. No ensino de ciências, isso significa levar os alunos a explorar texturas, cores, formas e cheiros encontrados na natureza. Por exemplo:
Tocar diferentes tipos de solo.
Sentir o cheiro de ervas e plantas.
Observar insetos com lupa.
Ambiente preparado para a Ciência
O espaço Montessori é cuidadosamente organizado para promover a curiosidade. Isso pode ser adaptado para o ensino de ciências:
Criar cantos da ciência com terrários, sementes, minerais e microscópios.
Disponibilizar materiais que permitam a experimentação, como recipientes para medir líquidos ou potes para coleta de amostras.
O ciclo da vida e a sustentabilidade
Um dos princípios de Montessori é o respeito à vida. Isso pode ser aplicado ao abordar temas como:
O ciclo da água, conectando a criança ao valor da conservação da natureza.
O crescimento das plantas, com atividades de plantio e cuidado de hortas escolares.
A interdependência dos seres vivos, explorada por meio de projetos sobre ecossistemas.
Fases sensíveis e o ensino de Ciências
Fases Sensíveis são momentos específicos do desenvolvimento em que as crianças estão mais receptivas a aprender certas habilidades. No contexto de Ciências da Natureza:
De 3 a 6 anos: Trabalhar com materiais sensoriais e introduzir fenômenos naturais (como luz, água e materiais de que são feitas as coisas).
De 6 a 12 anos: Explorar conceitos mais complexos, como o ciclos naturais e a biodiversidade.
Práticas inspiradas em Montessori para aulas de Ciências
Experimentos autônomos
Permita que as crianças realizem experimentos simples, como germinar sementes ou explorar a flutuabilidade de materiais em líquidos.
Use materiais manipuláveis para representar ideias abstratas (ex.: globos terrestres e outros modelos).
Observação e registro
Montessori enfatiza a observação científica. Incentive as crianças a usar cadernos para desenhar plantas, anotar ciclos de vida ou registrar fenômenos meteorológicos.
Exploração ao ar livre
Atividades como trilhas ecológicas, coleta de folhas ou observação de aves estimulam a conexão emocional com a natureza, um aspecto essencial da pedagogia Montessori.
BNCC e Montessori: Alinhamento com Ciências da Natureza
A abordagem Montessori dialoga com as competências gerais da BNCC. Exemplos:
Competência 2 (Pensamento Científico): Incentiva a formulação de perguntas e a busca de respostas com base na observação.
Competência 6 (Autonomia): Promove a realização de atividades práticas e experimentos de maneira independente.
Competência 8 (Autoconhecimento e Empatia): Estimula o respeito à vida e à sustentabilidade.
Conclusão
Maria Montessori nos desafia a repensar o ensino e a dar mais protagonismo à criança. Integrar suas ideias ao ensino de Ciências da Natureza não apenas desenvolve o conhecimento, mas também forma cidadãos conscientes e respeitosos com o meio ambiente.
Dica Prática
Experimente iniciar sua próxima aula com uma pergunta aberta: “Como será que as plantas crescem?” e observe como os alunos exploram e descobrem por conta própria!
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Texto inspirado no livro "A descoberta da criança", de Maria Montessori.