Montessori na sala de aula de Ciências da natureza
- cecgodoyviagem
- 14 de jan.
- 3 min de leitura

Montessori na sala de aula de Ciências da Natureza
Quando pensamos em educação científica, frequentemente imaginamos laboratórios repletos de experimentos e livros repletos de teorias. Mas e se essa abordagem fosse ampliada com os princípios montessorianos apresentados por Simone Davies em "A Criança Montessori"? Não é preciso ir ao laboratório para ter aulas investigativas. Qualquer ambiente pode se tornar um espaço pedagógico muito rico e motivador. A sala de aula pode ser esse espaço! O pátio da escola pode também ser um espaço de investigações!
Como educadores e pais, podemos transformar a experiência de aprendizado em algo que conecta as crianças à natureza e desperta um pensamento científico genuíno, essencial para o mundo atual.
Simone Davies nos lembra que as crianças têm uma capacidade inata de aprender e explorar quando são incentivadas a agir de forma autônoma em um ambiente preparado. Isso se conecta diretamente com as aulas de Ciências da Natureza, onde o protagonismo do aluno e a curiosidade são fundamentais para o sucesso do aprendizado.
Preparando o ambiente científico
Inspirando-se na filosofia Montessori, os professores de Ciências podem criar ambientes que convidem os alunos a investigar ativamente. Por exemplo:
Disponibilize lupas, frascos para coleta de amostras e pequenos microscópios em locais acessíveis, estimulando a exploração do microcosmo.
Crie estações temáticas, como uma sobre ecossistemas, com materiais naturais (folhas, pedras, flores) organizados de maneira que as crianças possam manipulá-los e observá-los.
Use cartazes ou tabelas visuais para guiar investigações, mas permita que as crianças cheguem às conclusões por si mesmas.
Promovendo a autonomia e o pensamento científico
Nas aulas de Ciências, a autonomia pode ser incentivada ao permitir que os alunos escolham projetos de investigação baseados em suas curiosidades. Para isso:
Ofereça uma lista de tópicos (por exemplo, "Como vivem os insetos do nosso jardim?") e deixe que as crianças escolham qual explorar.
Ensine habilidades práticas como registrar observações em diários científicos.
Encoraje perguntas abertas, como: "Por que essa planta cresce mais rápido em um lugar do que em outro?"
Essas atividades não apenas reforçam conteúdos da BNCC, mas também ensinam os alunos a pensar de forma crítica e independente.
Transformando desafios em oportunidades
Simone Davies ressalta a importância de observar mais e intervir menos. Aplicando isso às aulas de Ciências, os professores podem dar espaço para que os alunos enfrentem desafios, como uma experiência que "não deu certo". Esses momentos são ideais para ensinar que os erros fazem parte do processo científico.
Por exemplo:
Se uma experiência de germinação de sementes falhar, incentive os alunos a investigarem o porquê. Foi a falta de água? De luz? O que poderiam fazer diferente?
Ao invés de oferecer respostas prontas, faça perguntas que guiem a investigação, fortalecendo a autonomia intelectual.
Cultivando a conexão com a natureza
A filosofia Montessori também nos lembra da importância de conectar as crianças ao mundo natural. Atividades simples, mas poderosas, podem transformar a visão das crianças sobre o meio ambiente. Experimente:
Caminhadas ao ar livre, com observação de plantas, animais e fenômenos naturais.
Criação de pequenos jardins ou hortas em que os alunos possam cuidar das plantas e observar seu desenvolvimento.
Discussões sobre equilíbrio ambiental, conectando fenômenos da natureza a problemas reais, como a preservação dos biomas.
Essas experiências ajudam os alunos a desenvolver um senso de responsabilidade ambiental e um olhar científico sobre o mundo ao seu redor.
Montessori e as Ciências da Natureza
Como Simone Davies descreve em seu livro, a aplicação da abordagem Montessori vai além da sala de aula tradicional e inspira práticas que promovem uma educação transformadora.
Ao integrarmos os princípios montessorianos ao ensino de Ciências da Natureza, proporcionamos aos alunos uma experiência significativa, onde a curiosidade e o respeito pela natureza se tornam motores do aprendizado.
Essa jornada é também um convite aos pais, que podem apoiar as descobertas científicas em casa. Desde pequenos experiências até simples observações na natureza, há inúmeras formas de inspirar as crianças a serem cientistas do dia a dia.
Conclusão
Professores e pais têm a oportunidade única de moldar mentes científicas e corações conectados com o mundo natural.
Com o método Montessori como guia, podemos cultivar não apenas o conhecimento, mas também a paixão por aprender e proteger o ambiente.
Como Simone Davies ensina, educar é um ato de conexão, empatia e, acima de tudo, respeito pelo potencial infinito das crianças.
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Texto inspirado no livro "A criança Montessori", de Simone Davies.