Observar a natureza para contemplar ou investigar: Dois olhares para o mundo ao nosso redor
- cecgodoyviagem
- 1 de dez. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 2 de jan.

A vida moderna nos atropela com sua pressa e urgência. No meio desse turbilhão, parar para observar a natureza é um ato de resistência e conexão com o mundo. Mas o que acontece quando decidimos observar? Nosso olhar pode seguir dois caminhos igualmente fascinantes: contemplar ou investigar. Embora ambos nos aproximem da natureza e de seus mistérios, eles têm propósitos e impactos distintos.
Observar a natureza para contemplar: Um encontro com a beleza do mundo

Contemplar a natureza é um ato de pausa. É um momento em que deixamos de lado as perguntas e simplesmente nos entregamos à experiência sensorial. Contemplar é deixar que a natureza nos mostre sua beleza sem exigir explicações.
Imagine-se diante de uma folha caída no chão. Observar para contemplar é perceber as nuances de verde, as delicadas veias que se ramificam como rios em miniatura, o brilho da luz tocando suas bordas. É admirar a complexidade que existe em algo tão simples.
Contemplar é um convite à gratidão. Ao observar a dança das folhas ao vento ou o voo de uma borboleta, podemos nos reconectar com o milagre da vida em sua essência. Esse tipo de observação não precisa de ferramentas sofisticadas, apenas da disposição para estar presente.
Exemplo prático:
Durante uma caminhada ao ar livre, sente-se por alguns minutos e observe o horizonte. Veja como as cores mudam com o movimento do sol.
Envolva os alunos em uma atividade de "observar e desenhar", mas sem regras rígidas: incentive-os a capturar o que mais lhes encanta, seja a cor, o movimento ou a textura de algo ao redor.
Observar a natureza para Investigar: Um mergulho no conhecimento

Enquanto a contemplação é um ato emocional, investigar é um ato mental. Observar para investigar é querer saber mais, é olhar com curiosidade científica, é buscar as respostas escondidas nas entrelinhas da natureza.
Retornemos à mesma folha caída no chão. Agora, o olhar investigativo pergunta: de que árvore ela veio? Por que caiu? Qual é o padrão de suas nervuras, e como ele ajuda a planta a sobreviver? Essa investigação pode levar à coleta de dados, à comparação com outras folhas e até ao uso de ferramentas como lupas ou microscópios.
Observar para investigar é a base da ciência. Foi esse tipo de observação que permitiu a Darwin perceber as sutis diferenças entre os bicos dos tentilhões nas ilhas Galápagos. É o olhar curioso que descobre o padrão de uma teia de aranha ou que revela o comportamento de formigas em seu incessante trabalho.
Exemplo prático:
Proponha um desafio: leve os alunos para um jardim ou parque e peça que observem as diferenças entre folhas de diferentes árvores. Qual delas parece mais eficiente em capturar luz solar?
Incentive-os a criar registros detalhados em cadernos de campo, com desenhos, anotações e hipóteses sobre o que estão observando.
Os dois olhares se complementam
Contemplar e investigar a natureza não são atos opostos, mas faces de uma mesma moeda. Contemplar desperta o encantamento, o amor pela natureza. É o primeiro passo para criar uma conexão emocional. Investigar é o que nos permite aprofundar, transformar a admiração em compreensão.
Quando unimos os dois, abrimos um mundo de possibilidades. Contemplar nos dá o "porquê": por que nos importamos? Por que a natureza é tão fascinante? Investigar nos dá o "como": como tudo funciona? Como podemos proteger essa maravilha que nos cerca?
Como aplicar essa dualidade no dia a dia?
Proponha um "diário de observação": incentive seus alunos (ou você mesmo) a registrar tanto impressões emocionais quanto dados concretos sobre algo que observaram.
Crie projetos interdisciplinares que unam arte e ciência, como desenhar um pássaro enquanto aprende sobre seu habitat e comportamento.
Conclusão
Observar para contemplar é abrir o coração; observar para investigar é abrir a mente. Em ambos os casos, é a natureza que ganha nossa atenção — e nós, humanos, ganhamos um pouco mais de sabedoria e conexão com o mundo.
Afinal, o ato de observar é mais do que apenas olhar. É um convite para fazer parte do Universo, seja admirando suas belezas ou desvendando seus mistérios. E você, como prefere observar?
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